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5 motivos para ler os livros do vestibular e não apenas resumos

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Voltar para a área Vestibulares/Enem

[/fusion_text][fusion_text]Por Maurício Soares Filho – professor do Colégio São Luís, em São Paulo, e autor de literatura do Sistema Anglo de Ensino

Pedir para um professor de literatura responder por que é melhor ler as obras pedidas pelo vestibular, e não apenas os resumos informativos, é quase uma covardia. É claro que alguém que dedica toda sua vida à divulgação da literatura não pode nem imaginar a troca de um livro inteiro por algumas páginas de uma explicação teórica sobre pontos supostamente importantes, para se fazer uma prova x ou y. Um professor de literatura normalmente acredita que nada substitui a experiência da leitura, que quem lê é melhor do que quem não lê e que, por meio das letras, as pessoas podem entrar em contato consigo mesmas de maneira íntima e verdadeira. Em suma, um professor de literatura acredita que “só a literatura salva” e, se acreditasse em outra coisa, daria aula de outra matéria ou, melhor ainda, teria escolhido outra profissão, longe de alunos e de livros!

Mas levemos aqui em consideração a cabeça de um vestibulando, atribulado com tantas tarefas e obrigações, em meio às inscrições e prazos a cumprir, fórmulas por deduzir e raciocínios para compreender. Sim. É possível perdoar um aluno pressionado pela família, pela sociedade, por seus amigos que já estão nas universidades, pelos vizinhos e pela tia que insiste em lembrar que trocou sua fralda e que não pretende morrer antes de vê-lo formado. Coitado desse aluno. Qual é a condição que ele tem para experimentar a verdadeira felicidade que a leitura literária pode proporcionar? Questão de difícil resposta… Então, reformulemos a pergunta: para a realização a contento das provas de vestibular, considerando a falta de tempo e a pressão sofrida pelo indivíduo, por que é melhor ler as obras completas e não práticos resumos e análises que trazem detalhados todos os tópicos que têm grande possibilidade de cair nas provas?

Agora sim!

Então, vamos às respostas:

  • Pelo conhecimento do enredo –

Longe de ser o ponto mais importante nas questões de vestibular, o conhecimento do enredo é sempre um pressuposto básico para qualquer que seja o aspecto analisado em uma prova. Para se responder sobre o narrador, as personagens, o tempo ou o espaço em que a história se passa é fundamental que se conheça a trama em todos os seus detalhes, suas nuances, variações e sutilezas. Por mais minucioso que seja um resumo, nunca será possível abordar com precisão a reação da personagem ao saber quem é seu verdadeiro pai, ou o lugar do corpo em que a navalha feriu o vilão na luta final. O resumo pode até trazer a história detalhada, mas o faz de maneira insípida, sem emoção, e não possibilita que o aluno realmente guarde as informações importantes para ter domínio completo sobre o enredo do livro. Informações sem as quais ele corre um grande risco de se atrapalhar na hora de responder a uma questão.

 

  • Pela percepção da linguagem –

Um dos aspectos muito cobrados nas provas de vestibular se refere àquilo que o livro diz sobre ele mesmo. Quer dizer, uma história começa a se desenvolver a partir da escolha de palavras que o autor faz para descrever uma personagem. O tamanho dos parágrafos, a pontuação, o tipo de discurso com que se entra em contato com as falas pronunciadas, as imagens construídas na apresentação do ambiente e para demonstrar a passagem do tempo são parte fundamental no encontro entre leitor e autor, por meio da obra. Como é possível relatar uma experiência de percepção da linguagem empregada e seus efeitos de sentido se, simplesmente, não se viveu esse momento? Por mais técnica e precisa que seja a explicação teórica sobre a linguagem usada na época e seu papel na construção do texto, o aprendizado real não acontece, é forjado. As informações são decoradas e, com sorte, assimiladas e esquecidas pouco tempo depois. Para se perceber a linguagem de uma obra e o efeito que é capaz de gerar no público leitor, é condição fundamental viver a experiência da leitura.

 

  • Pelo desenvolvimento da habilidade de leitura –

Ler só se aprende lendo. E ler não é a habilidade mais importante para a realização da prova de português, mas para a prova de química, de geografia, de biologia e de toda e qualquer disciplina que seja abordada por meio da língua escrita em um exame vestibular. Quantos não são os exemplos de alunos que sabem a maioria das respostas que precisam ser dadas porque conhecem a matéria detalhadamente, mas não entendem a pergunta porque não sabem ler? Uma vez que existe uma lista de obras selecionadas para os exames, não parece uma boa ideia aproveitar a oportunidade para desenvolver a habilidade que será usada não apenas para a prova de física ou geometria, mas para todo o desenvolvimento da vida profissional? Mas é possível aprender a ler o enunciado de matemática com Graciliano Ramos e Machado de Assis? A resposta é sim. Ler se aprende a partir do contato com a língua bem empregada, em sua função mais refinada e desenvolvida. Ler se aprende lendo literatura.

 

  • Pela aquisição de repertório específico para a prova de redação –

A lista de leitura literária obrigatória é ampla e transita por diferentes períodos da história do homem e, portanto, por valores e formas de ver o mundo que variam de acordo com a época abordada. Para Harold Bloom, crítico literário americano, ler é um exercício de alteridade. É por meio da leitura que conseguimos nos colocar no lugar de outras pessoas e viver realidades que não conheceríamos em vida, o que contribui diretamente para que se construam opiniões sobre essas realidades e valores, apresentados pelos livros. Opiniões, visões de mundo, posições que possam ser sustentadas por argumentos são ferramentas sem as quais seria impossível construir um texto dissertativo nos moldes das propostas desenvolvidas para os vestibulares. Assim, a leitura das obras fornece elementos concretos que podem ser utilizados na elaboração das redações, ampliando as discussões acerca dos temas e revelando o domínio de um repertório que tem tudo para contribuir na tarefa de se posicionar por escrito.

 

  • Pela chance de ter seu mundo ampliado pela leitura

Romantismos à parte, os grandes vestibulares, cada vez mais bem elaborados, esperam um candidato com maturidade e percepção apurada do mundo ao seu redor, com capacidade de fazer associações e estabelecer relações intra e interdisciplinares. A leitura literária amplia o mundo de quem lê, apresenta sonhos, cheiros, cores e emoções capazes de transportar o leitor para um universo imaginário que, em última instância, revela regiões desconhecidas da própria alma humana. Sim. É preciso ir muito longe para se conseguir uma vaga em um curso de alta demanda. É preciso ser capaz de ver além do convencional, de compreender sentidos em olhares e frases pronunciadas. É necessário ter a coragem de olhar para dentro de si e enfrentar os próprios monstros.

 

Quem seria capaz de recriminar um romântico professor de literatura que acredita que se deve ler desde o útero até o último dia da vida? Quem poderia contrariar a ideia de que a leitura tem o poder de nos libertar da solidão – condição inerente ao homem contemporâneo – e preencher a existência fugaz e vazia de algum sentido verdadeiro? E se os vestibulares propõem uma lista de livros que atravessaram o tempo e resistiram até nós, o que nos impede, afinal, de abraçá-los como uma oportunidade de aprendizado e desenvolvimento? Acredite. A leitura pode transformar para sempre nossa breve passagem por esse planeta, a partir da ressignificação do cotidiano. Em se tratando de um vestibulando, pode ser ainda um ótimo remédio contra a angústia, opressão e dúvida que normalmente dominam esse período da vida.[/fusion_text][content_boxes settings_lvl=”child” layout=”timeline-horizontal” columns=”3″ icon_align=”left” title_size=”” title_color=”” body_color=”” backgroundcolor=”” icon_circle=”” icon_circle_radius=”” iconcolor=”” circlecolor=”” circlebordercolor=”” circlebordersize=”” outercirclebordercolor=”” outercirclebordersize=”” icon_size=”” icon_hover_type=”” hover_accent_color=”” link_type=”” link_area=”” link_target=”” animation_delay=”” animation_offset=”” animation_type=”0″ animation_direction=”left” animation_speed=”0.1″ margin_top=”” margin_bottom=”” class=”” id=””][content_box title=”” icon=”” backgroundcolor=”” iconcolor=”” circlecolor=”” circlebordercolor=”” circlebordersize=”” outercirclebordercolor=”” outercirclebordersize=”” iconrotate=”” iconspin=”no” image=”” image_width=”35″ image_height=”35″ link=”” linktext=”” link_target=”_self” animation_type=”” animation_direction=”” animation_speed=””]

Dicas gerais ENEM

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Redação

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