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Concurso de Redação e Arte da RJE anuncia os vencedores de 2017

Confira os nomes e as obras mais votadas do Colégio São Luís

“Cultivar e guardar a criação” foi o tema da segunda edição do Concurso de Redação e Arte, promovido pela Rede Jesuíta de Educação (RJE) para alunos do 7º e 8º anos do Ensino Fundamental.

Inspirado na Campanha da Fraternidade (CF) deste ano: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, a temática do Concurso é alinhada a diversas iniciativas da Igreja Católica e da Companhia de Jesus em defesa do meio ambiente, a nossa “casa comum”, impulsionadas pela encíclica Laudato Si, lançada pelo Papa Francisco em 2015.

As produções literárias e artísticas dos alunos foram submetidas a uma votação aberta envolvendo toda as escolas da RJE. O objetivo final do Concurso é publicar um livro em 2018 com os textos e desenhos escolhidos, ampliando, assim, a divulgação e conscientização sobre o tema.

Conforme escrito pelo Padre Mario Sündermann, SJ, delegado de Educação Básica da RJE, na carta-convite aos alunos e educadores a participarem da iniciativa: “mais importante do que definir vencedores, será aprofundar a consciência ambiental, proporcionar soluções criativas para os desafios ambientais que assolam o nosso planeta e ampliar a consciência de pertencimento à Rede Jesuíta de Educação”.

Vejamos a seguir as redações e os desenhos vencedores do Colégio São Luís:

A esperança de encontrar
(Aluno Leonardo dos Reis Xambre – turma 8.2)

Um tempo atrás, tive a brilhante ideia de fazer uma caminhada pela Serra do Mar, para realizar o meu sonho de ver espécies nativas, como o mico-leão-dourado, arara azul pequena, bugio e onça pintada.

Meu grupo e eu estávamos no início da caminhada e todos estavam esperançosos em poder ver de perto, lindos animais que nós não vemos na cidade grande, mesmo sabendo do que vem acontecendo com a natureza.

Conforme íamos avançando mata a dentro íamos ficando levemente decepcionados, pois o que se via eram apenas alguns pássaros comuns, alguns insetos e muita devastação.

Quando encerramos a caminhada, percebemos o quanto é importante e necessário cultivarmos e guardarmos toda a criação e isso nos deixou desapontados e tristes, porque ali percebemos a destruição escancarada e nos sentimos sem forças para trazer os animais e toda a mata devastada de volta.

Daquele dia em diante, passei a lutar pela preservação, passei a ver o quanto somos responsáveis por tantos desastres naturais e extinção de tantas raças de animais.

Mas não desistirei, ainda tenho esperança de encontrar uma fórmula para que o homem respeite o que nos foi dado de graça.

Os culpados somos nós
(Aluna Letícia de Almeida Batista – turma 8.3)

Há muito tempo, ouço que a Terra irá morrer, morrer pela poluição, mas poluição de quê? Já me disseram que era por causa da poluição do ar, dos rios… mas qual será a resposta?

Em um dia normal, na minha pequena cidade, enquanto andava em direção ao trabalho, vi um homem segurando um pedaço de papelão, com apenas uma frase escrita: “Os culpados somos nós! ”. Pessoas se aglomeravam aos montes ao redor do sujeito, tentando, desesperadamente, entender o porquê dessa afirmação. Me juntei à multidão, queria saber onde tudo aquilo acabaria.

Muitos estavam elaborando teorias complexas sobre a bolsa de valores, outros falavam sobre o aumento do preço do petróleo, ou até mesmo, sobre a grande seca de 2014. Mas, o que mais me impressionava nessa situação, era o homem que segurava o cartaz, no meio de tantos palpites e debates, permanecia calado.

Quando, no meio daquele alvoroço, os celulares de todos começaram a apitar em sincronia, avisando que o relógio já marcava sete horas. Todos começaram a correr ajeitando seus paletós bem alinhados e limpos, mas eu permaneci. Encarei o homem que começara tudo aquilo, ele não tinha ido embora, pegou uma caneta e escreveu no verso da mensagem a resposta: “Somos nós os culpados pela morte da Terra”, e eu fui embora, em silêncio.

Essa situação de alguma forma me marcou, afinal, não foram os rios que se poluíram, não foi o ar que resolveu se encher de fumaça, não foram as árvores que quiseram se desmatar, o ser humano é o real culpado. Foi ele que esmagou a vida para que pudéssemos evoluir.

O Incêndio
(Aluna Maria Júlia Neves Plens – turma 8.4)

Acordo no meio da noite. Estou tonta, demoro para levantar. Mal consigo abrir os olhos, eles estão ardendo, não consigo enxergar direito e não paro de tossir. A fumaça me cerca, há chamas por todo lado, começo a achar que é impossível sair daqui. Junto todas as minhas forças e tento andar, sair desse lugar.

Está muito quente, a cada minuto tenho mais dificuldade para respirar e andar está se tornando impossível. Me apoio em uma árvore, agora tudo está infinitamente mais quente, a dor toma conta do meu corpo. Estou certa de que não vou aguentar. Começo a ver menos ainda, tudo vai ficando mais e mais preto.

Tudo continua escuro, mas agora estou consciente, consigo ouvir vozes ao meu redor. Estão conversando sobre mim, uma voz preocupada, com medo, familiar. Outra confiante, acolhedora, um pouco preocupada. Aquela nunca ouvira na vida. O assunto mudou, estão falando sobre um incêndio que aconteceu. Ligando os pontos percebo: eu estava nele, na floresta…..

Agora tudo faz sentido, acordei no meio do incêndio e fui trazida ao hospital, as vozes são do médico e da minha mãe. O que eles falam já não me interessa mais, começo a refletir sobre o ocorrido, tudo que penso me entristece e me enche de culpa.

A causa foi natural ou proposital? Alguém mais se machucou? E os animais, estão bem? O que leva o homem a fazer isso? Por que fazer isso com a natureza? E se todos soubessem a importância dela, seria diferente?


Desenho da aluna Carina Tami Hashimoto – 1º Lugar
CSL_Concurso de Redacao_RJE_Carina Tami Hashimoto_1_Lugar
Desenho do aluno Eduardo Ji Hoon Lee – 2º Lugar
CSL_Concurso de Redacao_RJE_Eduardo Ji Hoon Lee_2 Lugar

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