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Educação que muda vidas

Por meio do Ensino Médio Noturno, o CSL oferece formação de qualidade a jovens trabalhadores

Uma das missões da Companhia de Jesus é promover a igualdade de oportunidades educativas. Por isso, desde 1929, o Colégio São Luís torna a educação jesuíta acessível a jovens de famílias de baixa renda que desejam receber uma formação de excelência.

Os primeiros alunos da então chamada Escolinha Noturna do Irmão Olavo Pereira da Silva podiam frequentar o primário ou o ensino técnico/profissionalizante. Eram oferecidos cursos como o de Datilografia e o Curso Comercial, que conferia diploma e título de contador e habilitava os jovens a estudar em qualquer faculdade de Ciências Econômicas.

Hoje, cerca de 500 jovens bolsistas têm acesso a uma educação de qualidade, pautada pela excelência acadêmica e pelos valores humanos

O sucesso da Escolinha, evidenciado pela crescente procura por seus cursos, fez com que, em 1943, ela se transformasse em Escola Técnica de Comércio São Luís. Com a mudança, além dos cursos de Técnico de Contabilidade, Redator Auxiliar e Auxiliar de Laboratório de Análises Químicas, a Escola passou a oferecer cursos de 1.º grau, clássico e científico. Com o aumento do número de alunos, em 1946 a sede foi transferida para a Rua Bela Cintra.

No fim dos anos 1970, a administração da Escola Técnica foi incorporada à do Colégio São Luís e a instituição passou a funcionar sob o nome do Colégio. Com o passar do tempo, mais cursos técnicos foram adicionados ao currículo do Noturno para atender às necessidades do mercado de trabalho. Entre eles, o de Técnico em Assistente de Administração, Técnico em Secretariado e Técnico de Processamento de Dados.

Nas últimas décadas, o Noturno deixou de oferecer cursos técnicos e concentrou seu trabalho no Ensino Médio. Hoje, cerca de 500 jovens bolsistas têm acesso a uma educação de qualidade, pautada pela excelência acadêmica e pelos valores humanos. Além das disciplinas obrigatórias, os estudantes participam de cursos extras e de outras atividades de formação.

Desde 2011, os estudantes do Noturno também podem participar do Projeto Jovem Aprendiz do próprio Colégio. O programa proporciona aos alunos um primeiro contato com o mercado de trabalho e a possibilidade de complementar a renda familiar.

Depois de passar por um processo seletivo, os estudantes são distribuídos entre diversas áreas do CSL, desde as administrativas até as pedagógicas, nas quais ficam por 16 meses. Desde o segundo semestre de 2018, o projeto funciona sob o sistema de job rotation: em vez de permanecer em um mesmo setor durante toda a duração do contrato, os estudantes podem atuar em duas áreas, de modo a desenvolver diferentes habilidades e adquirir maior desenvoltura profissional.

“TRATAR DE FORMA IGUAL É RESPEITAR AS DIFERENÇAS DE CADA UM”

Foi por indicação de uma amiga de sua mãe que Bruno da Silva Sarmento participou do processo de admissão para o Ensino Médio Noturno, em 2005. “No dia a dia percebi como a estrutura e educação de qualidade do Colégio contribuíam para minha formação humana”, conta ele.

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Bruno Sarmento, antigo aluno

Advogado formado pela FMU e Presidente da Comissão de Direitos Humanos na OAB Subseção Lapa, Bruno acredita que ter estudado no CSL com jovens das mais variadas regiões de São Paulo foi seu primeiro exercício prático de convivência sadia. “Não era a cor do cabelo, a roupa ou o endereço que definiam quem eram nossos colegas. Percebi que a barreira de uma suposta diferença era invenção da nossa cabeça”.

Bruno diz que o respeito às diferenças, valor aprendido no Colégio, foi fundamental para sua formação e trajetória profissional. “Durante o curso de Direito e em meus estágios, os ensinamentos do Colégio me influenciaram muito. O contato com pessoas sem quaisquer perspectivas positivas em seus horizontes me fez querer atuar na Administração Pública. Assumi a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da OAB Lapa e decidi mergulhar de cabeça nos trabalhos voluntários. Em meu trabalho procuro conhecer as necessidades da sociedade e promover o bem-estar para o próximo. Sem dúvida, essa sementinha foi plantada e cultivada em mim no período em que estive no Colégio”, declara o advogado.

Do CSL, ele leva no coração o futebol de sábado de manhã, a admiração aos professores, as atividades de formação espiritual e muitas amizades: “Aprendi que tratar de forma igual é respeitar as diferenças de cada um”.

“TENHO MUITO ORGULHO DA MINHA HISTÓRIA”

Thaís da Silva foi aluna do Noturno entre os anos de 2010 e 2012 e fez parte do primeiro grupo de Jovens Aprendizes do CSL. “Estava na metade do Ensino Médio e fiquei empolgada com a oportunidade de trabalhar no Colégio, pois seria o meu primeiro emprego”.

Designada para trabalhar na Educação Infantil, Thaís sentiu-se insegura a princípio. “Eu não tinha muito contato com crianças. Sou filha única, tenho poucos primos e nunca imaginei que meu primeiro emprego seria numa escola. Me perguntava: ‘será que tenho essa vocação?’. Minha primeira tarefa como aprendiz foi acompanhar um recreio das crianças na Vila Piratininga. Naquele momento, senti que estava na área certa”.

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Thaís da Silva, auxiliar da Educação Infantil e antiga aluna

Uma das exigências do Projeto Jovem Aprendiz era que os alunos que trabalhassem no Colégio mantivessem notas altas. Conciliar o bom desempenho acadêmico com a vida profissional não foi fácil e Thaís precisou adaptar sua rotina ao novo desafio. “As saídas aos fins de semana e as horas de sono diminuíram um pouco, mas todo o processo valeu muito a pena”.

A jovem não demorou a colher os frutos de sua dedicação. Ao concluir o Ensino Médio, foi contratada pelo CSL como Auxiliar do Segmento de Educação Infantil. “Sempre me identifiquei muito com a pedagogia do Colégio e com a espiritualidade inaciana. Fiquei muito grata e motivada a mostrar que queria fazer parte da história do Colégio não só como aluna, mas também como funcionária”.

A experiência vivida como aprendiz foi fundamental para a escolha profissional de Thaís, que se formou em Pedagogia pela PUC-SP. “Entrar na faculdade de Pedagogia já trabalhando em uma escola me deu uma outra visão, pois eu sabia como as coisas funcionavam. Ter, ao mesmo tempo, os ensinamentos práticos da escola e os ensinamentos teóricos da faculdade foi enriquecedor”.

Hoje, Thaís é responsável por apoiar as professoras, orientadoras e a Diretora da Educação Infantil em diversas demandas, além de acompanhar os alunos em suas atividades. “Tenho muito orgulho da minha história. Adquiri maturidade e responsabilidade estudando e trabalhando no Colégio”.

“APROVEITEI TUDO O QUE PUDE E FUI MUITO FELIZ NO COLÉGIO SÃO LUÍS”

O médico veterinário Rafael Eduardo Santana foi aluno do período noturno do CSL entre os anos de 2006 e 2008. Buscando uma alternativa à educação oferecida pelo ensino público, viu no Colégio uma oportunidade de formação acadêmica sólida, que poderia prepará-lo para a faculdade e para o mercado de trabalho. “Com o que aprendi no Colégio consegui ingressar no curso de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo”, conta.

Rafael também relembra ensinamentos recebidos fora da sala de aula. “Uma das coisas mais marcantes que vivi no Colégio foi a Missão Rural. Morei cerca de 15 dias na zona rural de Montes Claros (MG) com uma família simples. Plantei, colhi, carreguei legumes e verduras para o veículo da família e vendi produtos na feira junto com eles. Foi uma experiência única na vida. O maior aprendizado foi compreender a realidade do outro e valorizar o que se tem”.

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Rafael Santana, antigo aluno

Entre outras memórias estão o carinho e a amizade dos professores, o trabalho na comissão de formatura e a participação nos Jogos Interamizade. “Ainda tenho a camiseta da equipe de futsal de 2006, quando eu e meus amigos tivemos um excelente desempenho nos Jogos Interamizade. Era muito divertido treinar e torcer pelo Colégio junto aos amigos”.

Já no Ensino Superior, Rafael fez intercâmbio em instituições canadenses de pesquisa e hoje trabalha na área comercial de uma grande indústria do segmento de nutrição animal. Ele explica que “a Veterinária é uma profissão complexa e com diversas áreas que vão além da clínica de cães e gatos. Exige muito estudo, mas também dinamismo, boa capacidade de comunicação e multidisciplinaridade. Desenvolvi muito disso no Colégio”.

De todas as conquistas proporcionadas pelo CSL, uma, no entanto, é especial: foi durante o Ensino Médio que Rafael conheceu sua esposa, Camila.  “Éramos da mesma turma e ficamos muito amigos. Estamos juntos há 12 anos e nos casamos em 2018, dez anos depois de deixarmos o Colégio”, revela.

“Aproveitei tudo o que pude e fui muito feliz no CSL. O desenvolvimento do pensamento crítico, o respeito à diversidade e a formação humana e cidadã são verdadeiros diferenciais do Colégio”.

“DEVEMOS EXTRAIR O MELHOR DE TODAS AS OPORTUNIDADES”

A família de Camila Menezes soube do processo de ingresso do Colégio São Luís por meio do padre da igreja que frequentava. “Escolhemos o CSL por ser uma escola onde teríamos não apenas uma educação de alto nível, mas também referências de valores fundamentais”.

Aluna do Noturno entre os anos de 2006 e 2008, Camila se recorda dos treinos de handebol, das orações depois do intervalo e dos trabalhos pedidos pelos professores. Foi em um deles, sobre figuras de linguagem, que se aproximou de Rafael, seu então colega e atual marido. “Não sei se o professor Paulo Bacelar, de Português, sabe, mas ele ajudou a dar um empurrãozinho no meu relacionamento com o Rafa”, brinca.

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Camila Menezes, antiga aluna

Foi durante a passagem pelo Colégio São Luís, mais especificamente na 2.ª série do Ensino Médio, que Camila recebeu o exemplo e o incentivo dos colegas para conciliar o trabalho e os estudos. “Criei coragem e me arrisquei a começar uma nova rotina. Foi uma experiência fundamental para meu amadurecimento e para ajudar em casa”.

Nas amizades construídas com colegas de todas as regiões da cidade, Camila teve a oportunidade de conhecer e conviver com pessoas de origens variadas. “O ensinamento de valores como o respeito, o amor pelo próximo, a caridade e o trabalho em equipe são fundamentos cristãos que aplico em minha vida até hoje. Além disso, o CSL me fez enxergar e entender meu papel na sociedade”.

Em seu último ano no Colégio, a jovem estava indecisa sobre a escolha profissional. Cogitava prestar vestibular para Administração de Empresas e Ciências Atuariais. Graças a uma dica do professor de Física, conhecido como Joca, Camila pesquisou e se interessou pela área de Engenharia de Produção, na qual se formou pelo Centro Universitário FEI. Atualmente, é Supervisora de Operações em uma multinacional.

Para Camila, o grande legado deixado pelo CSL foi a responsabilidade que desenvolveu durante os anos do Ensino Médio. “Lidar com os estudos e o trabalho desde essa época ajudou muito na minha formação comportamental e profissional, pois me mostrou que devemos pensar grande e extrair o melhor de todas as oportunidades”.

 

*Essa matéria foi publicada na 32ª Edição da Revista Pilotis (2019), publicação interna do Colégio São Luís. Quer ler a edição completa? Acesse o Issuu para ler on-line ou o site do CSL para solicitar a edição impressa.

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