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Oficinas resgatam a história e a cultura africanas

Estudantes conhecem a origem das bonecas Abayomi

A fim de difundir a História e as culturas afro-brasileira e africana, a dimensão Socioambiental da Humanística tem desenvolvido, desde agosto, oficinas de contação de história e confecção de bonecos e bonecas Abayomi com alunos do 2º ano do Ensino Fundamental I à 3ª série do Ensino Médio. O projeto cumpre Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, previstas na Lei 10.639/03.

Luciana Carvalho, agente educacional da Humanística, explica que as Abayomi eram feitas pelas mães para entreter seus filhos durante o período de travessia dos oceanos nos navios negreiros. Elas rasgavam pedaços de suas saias e, enquanto davam nós ou trançavam os tecidos, contavam às crianças sobre sua cultura, família e valores para que não se esquecessem de suas raízes.

Nas oficinas, os alunos produzem as bonecas manualmente, usando pedaços de tecidos e fazendo neles seis nós para dar forma à Abayomi. Como não há utilização de cola, tesoura ou costura, a atividade pode ser realizada por estudantes de todas as idades.

Antes da confecção, é contada uma história a partir de um livro interativo produzido por Letícia Arakaki, também agente educacional da Humanística. Por meio da contação é possível contextualizar a tradição das Abayomi, dando sentido à oficina e difundindo saberes afro-brasileiros.

A essência da Abayomi – cuja história é transmitida oralmente de geração em geração – está expressa em seu próprio nome, que significa “encontro precioso” ou “presente precioso” em Iorubá, língua africana.

“Quando fazemos as bonequinhas com os e as estudantes queremos que se identifiquem e vejam que toda essa história aconteceu com os negros, mas poderia ter acontecido com qualquer um. Queremos apresentar a cultura africana para além da escravidão, mostrando não apenas o lado trágico da história, mas também a luta do povo negro e a beleza de sua cultura”, sintetiza Luciana.

 

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