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Ser humano pelas Humanas

Segundo encontro do Fórum de Profissões reúne profissionais de 38 carreiras de Humanas e Artes

No segundo encontro do Fórum de Profissões, realizado em 24 de maio, 38 carreiras de Humanas e Artes estiveram representadas por mais de 50 profissionais e professores universitários, disponíveis para falar sobre suas rotinas de trabalho e tirar dúvidas dos estudantes. Foi preciso destinar dois andares do colégio para que cada classe reunisse interessados em uma área. Algumas das salas lotaram – o caso de Arquitetura, Artes Cênicas, Jornalismo e Direito. Uma pesquisa informal com os alunos revelou que, embora haja tantas novas opções, como Design de Games e Educomunicação, o mundo das leis continua sendo o mais visado pelos alunos entre as Humanas.

O Fórum de Profissões é uma iniciativa do Colégio São Luís em parceria com o Colégio São Francisco Xavier, ambos da Rede Jesuítas de Educação na cidade de São Paulo. Neste ano, o encontro que já acontecia no Ensino Médio foi destinado também aos alunos do 9º ano do Fundamental (para saber sobre o Dia das Exatas clique aqui).

Direito para todos

A abertura do dia das Humanas contou com palestra do desembargador Dr. Antônio Carlos Malheiros com o tema “Carreira a serviço da transformação social”. Ex-aluno do Colégio São Luís, ele deu seu exemplo de amor pelo ofício e, sobretudo, pela humanidade ao fazer uma retrospectiva de como entrou no Direito Público e foi arrebatado pelos Direitos Humanos. “Aos 13 anos, um professor do São Luís me levou, pela primeira vez, para uma favela, onde conheci uma menina então da minha idade, que estava grávida e trabalhava num açougue para ganhar ossos com os quais cozinhava um caldo para sua mãe doente”, contou. “Aquilo caiu como um raio em minha cabeça e pensei que deveria trabalhar para ajudar as pessoas que sofrem”.

De lá para cá, Malheiros passou por muitas (e às vezes exaustivas) experiências de voluntariado nas ruas, favelas, prisões e hospitais. Deu aulas de reforço escolar, contou histórias a internados, escutou o drama de viciados em drogas e deu plantões na Praça da Sé. Hoje é Coordenador da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o cargo mais alto que podia chegar em sua carreira, e ainda vai pessoalmente à Cracolândia conversar com os viciados. “Às vezes me frustro, tenho de vencer o asco, mas continuo me perguntando todos os dias o que posso fazer pelos outros”, afirmou. “Na minha percepção, o bom profissional de Direito é aquele que consegue sentir o gosto das lágrimas das pessoas”. Vale a reflexão sobre como qualquer profissional pode encontrar um sentido altruísta em seu serviço.

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