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Arte como expressão da singularidade

Em exposição, professora Paula Modenesi apresenta seus trabalhos artísticos

“Eu acredito que a Arte é um recurso importante de expressão da singularidade, é uma forma de conhecimento. As pessoas quando fazem Arte colocam para fora toda bagagem de conhecimento, por isso eu acho tão importante não só fazer arte, mas também ser professora de artes, porque eu procuro proporcionar aos alunos toda essa vivência”, afirma Paula Modenesi, professora de Artes dos 2º, 3º e 4º anos do Ensino Fundamental I.

As experiências de vida e de mais de 20 anos como docente possibilitaram à Paula descobrir seu olhar sensível por meio da arte. O traço leve e o excesso de cores estão presentes em seus trabalhos artísticos, expostos no Colégio São Luís até o final de junho. As obras podem ser apreciadas pelos estudantes e colaboradores e despertam diferentes sensações em quem as observam.

As experiências de vida e de mais de 20 anos como docente possibilitaram à Paula descobrir seu olhar sensível por meio da arte

A educadora conta sobre sua relação com a arte, que se aprofundou aos 18 anos, durante a faculdade. “Eu fazia o curso de Zootecnia, mas eu tinha muito medo, muito dó dos bichinhos. Então, nas aulas que tínhamos que fazer procedimentos nos animais, eu ia até o ateliê de citologia e ficava desenhando as células, que são extremamente bonitas, cheias de formas e cores diferentes e eu ficava por horas lá desenhando. Eu descobri que estava no curso errado, vim para São Paulo e comecei a cursar Artes. Desde então, eu não parei mais de desenhar”, relembra.

Muitas obras de Paula remetem ao mundo de sonhos, oníricos, que expressam os sentimentos e os pensamentos da artista. “São representações do que está acontecendo na minha vida, é um trabalho muito autobiográfico, não diretamente, mas simbolicamente. Apesar das obras serem intuitivas, elas têm uma racionalidade, pois as formas são simétricas, são harmônicas, contêm uma série de elementos próprios das artes visuais”, afirma.

Essa é a segunda exposição que o Colégio São Luís realiza em 2021. A primeira foi a mostra Invisíveis, de Fausto Keith, que retratou o olhar atento e cuidadoso do artista sobre a vida das pessoas em situação de rua. Nessa segunda exposição, o objetivo é colocar os estudantes em contato com diferentes maneiras de se expressar.

Segundo Paula Marques, coordenadora da área de Linguagens do CSL, vivenciar exposições de arte é essencial para a formação leitora dos estudantes. “Quando falamos em linguagens, estamos falando da produção e da interpretação de textos verbais (escritos ou orais), visuais, digitais e corporais. Uma escola que tem a intenção clara de desenvolver a competência para a leitura não manda ler, mas promove situações em que é preciso significar os textos por meio dos contextos, dos sinais ou das escolhas e da experiência. Foi por esse motivo que o CSL criou um espaço onde os alunos podem vivenciar a prática de leitura”, ressalta.

A coordenadora acredita que uma exposição de arte não é realizada para ensinar uma técnica ou apresentar um artista, mas para estimular o estado de leitura e a vivência dessa prática no cotidiano. “Acreditamos que é pela arte, pela literatura, pela reconstrução simbólica que melhoramos como pessoa, que aprendemos a expressar nossos medos, nossas angústias, nossas alegrias sem violência e com empatia. Essa exposição ficará no espaço até o final de junho para que os alunos apreciem, fruam e amadureçam nessas leituras”, finaliza.

Perfil da artista

Paula Modenesi formou-se na FAAP em 1997. Completou o mestrado em Educação, Arte e História da Cultura, em 2006, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com um estudo que sobre a própria produção artística, fundamentada na teoria da Crítica Genética proposta por Cecília Salles.

Lecionou em vários colégios tradicionais de São Paulo.  Atualmente, ministra aulas de Arte no Colégio São Luís. Também foi professora de desenho na FMU – graduação e pós-graduação. Nas redes estadual e municipal de São Paulo, aprendeu muito com seus alunos, tanto em relação à didática quanto à produção artística. Em 2007, ganhou o Prêmio Educador Nota 10 da Fundação Victor Civita pelo Projeto Identidade, desenvolvido na E.E. Ludovina Credídio Peixoto.

Paralelamente à função docente, Paula é reconhecida pelo traço leve e significativo. Várias universidades e espaços culturais apresentaram suas obras, que agora chegam ao Colégio São Luís. A artista desenvolveu a sua própria linguagem gráfica, em um exercício diário de desenhos sobre diferentes suportes, buscando, por meio das relações dos traços, formar paisagens inexistentes, animais impossíveis e corpos misturados em universos oníricos.