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Ensino Médio Noturno do CSL realiza seu 4º Congresso

O tema do evento foi inspirado no documentário AmarEloÉ tudo pra ontem, do rapper Emicida.  

Viver é partir, voltar e repartir.” 

Nos dias 3, 4 e 5 de novembro, o CSL realizou o 4º Congresso do Ensino Médio Noturno. Com o tema “A construção de uma sociedade antirracista: é tudo pra ontem”, o evento trouxe convidados para palestras e debates sobre diversos temas que envolvem o racismo estrutural da sociedade brasileira. Essa foi uma oportunidade para o colégio reforçar o compromisso com uma educação baseada em valores humanísticos e de continuar colocando em prática a postura assumida publicamente de ser um colégio antirracista.  

Na abertura do congresso, Padre Edison Lima, SJ, diretor-geral do colégio, explicou a importância do evento para que a comunidade educativa caminhe na construção de uma sociedade antirracista: “Nosso mundo está fragmentado pelo conflito de diferenças, que geram sofrimento, exclusão e a morte […]. Transformar e erradicar o racismo estrutural de nossa cidade é tarefa e compromisso. É tudo pra ontem!”, disse.  

A primeira palestra do encontro foi com o Coletivo Antirracista de Mães, Pais e Responsáveis e com os alunos do Coletivo Griô. Ambos apresentaram projetos que estão sendo desenvolvidos ao longo deste ano. Na sequência, o microfone foi aberto para perguntas, reflexões e considerações dos estudantes. Após o intervalo, cada aluno/a participou de uma das mesas redondas oferecidas, de acordo com o tema de interesse: “Como o racismo histórico levou a população negra ser a maioria em situação de rua”; “A desconstrução de uma sociedade racista”; “A era Lemonade: o dia que descobriram que Beyoncé é preta”; “A moda e a população negra”; “A mulher negra e trans nas redes sociais: manipulação e racismo”; “A mulher negra na arte e não na televisão como empregada doméstica”; “Mulheres pretas na literatura”; “O negro na arte, enxergando com outros olhos”; “O rap é compromisso, não é viagem”; “Interseccionalidade”.  

No dia 4, a mestre de cerimônia, professora Rosana Fechio, recebeu o antigo aluno do noturno do CSL Dr. Marcelo Nery, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP e representante da OMS no Brasil, e o Ir. Raimundo Barros, SJ, diretor-presidente da RJE (Rede Jesuíta de Educação) e presidente da FLACSI (Federação Latino-americana de Colégios da Companhia de Jesus). Dr. Marcelo apresentou um contexto histórico sobre a violência na cidade de São Paulo, trouxe detalhes de algumas de suas pesquisas e um panorama dos crimes na capital: “Se vocês não compreenderem a complexidade da violência, não irão conseguir interferir em relação a ela”, afirmou Marcelo. 

Ir. Raimundo destacou que esse evento foi realizado por muita gente que possui o desejo comum “de uma sociedade igualitária” e convidou os estudantes a fazerem “hoje” uma história nova e diferente: “Mais que o futuro, vocês são o presente do país. Vivam o hoje e façam a diferença agora”, disse. 

Posteriormente, os alunos e alunas participaram de Rodas-vivas, com as presenças de diversos educadores/as sociais, entre eles/as: Soraya Machado, educadora física, pedagoga, especialista em Dança e Consciência Corporal; Heloisa Rosa e Dandara Bacelar, jovens pesquisadoras; Israel Neto, cofundador do Coletivo Literatura Suburbana; Whitney Machado, ilustradora do livro infantil “As brincadeiras africanas de Weza”; Bruna Macedo, integrante da Associação Comunidade Cultural Quilombaque; Amanda Cristina de Horatório Sotero, médica formada pela Universidade de Ciências Médicas de La Habana (Havana, Cuba) e antigos Griôs do CSL.   

No último dia, Fred Ouro Preto, diretor do documentário “AmarElo”, marcou presença e falou sobre a produção do trabalho com o rapper Emicida. O documentário apresenta a história da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos e mescla animações, entrevistas e cenas do álbum “AmarElo”, lançado em 2019. Na sequência, os estudantes tiveram a oportunidade de ouvir o Padre Júlio Lancellotti, que, de forma on-line, contou sobre o seu trabalho com a população em situação de rua, em São Paulo.  

Durante esses três dias, os estudantes do EMN apresentaram trabalhos baseados na temática do evento, como: vídeos de um minuto; trabalhos de fotografia e poemas sobre origem e identidade, entre outros. De acordo com Paulo Cesar Bacelar Pinheiro, coordenador pedagógico e professor de Língua Portuguesa do EMN, as atividades apresentadas foram elaboradas em sala de aula e estão inseridas nas diversas disciplinas da grade curricular: “O congresso apenas mostra a culminância desses trabalhos”. 

Paulo falou sobre o sucesso dessa edição e agradeceu todo suporte recebido: “O apoio da direção do CSL e do Irmão Raimundo Barros qualificou o congresso e mostrou para o EMN que estamos no caminho certo”, finalizou.  

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