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Estudantes do Ensino Médio Noturno apresentam alto índice de leitura

Com um acervo de mais de 20 mil livros, a biblioteca do CSL abre as portas para o universo da leitura

Mensalmente, a biblioteca do colégio realiza cerca de 6 mil empréstimos aos/as alunos/as e colaboradores/as. Isso é resultado de um trabalho intencional de incentivo à leitura e de planejamento de projetos literários.  O espaço é um convite à transformação social e à integração de diferentes leituras, o que traz benefícios para o desenvolvimento pessoal, para a ampliação do repertório, para a aquisição de conhecimentos e para o enriquecimento cultural, habilidades que foram elencadas pelos/as estudantes que mais solicitam empréstimos de livros e se destacam pelo alto índice de leitura.  

Em 2021, uma pesquisa do Instituto Pró-Livro revelou que o brasileiro lê em média 2,43 livros por ano (do início ao fim). Atenta às questões do mundo e à luz da inspiração inaciana, a Educação jesuíta responde, com imaginação e criatividade, aos desafios do mundo contemporâneo, enfatizando sua essência eminentemente humanista. De acordo com a coordenadora de Linguagens, Paula Marques, “pertencer a uma comunidade de leitores é um exercício de cidadania e cabe à biblioteca escolar ser o centro que irradia afetos e paixões por narrativas que, muitas vezes, são nossas e nos fazem ser o que somos”.   

Vicente leu 97 livros em 2021.

De Machado de Assis a Shakespeare, os clássicos são os favoritos do estudante da 3ª série do EMN Vicente Nicoletti Callender, que afirma que “história boa traz ensinamentos da época. E com o passar do tempo, nunca perde o sentido”. O pai foi o maior incentivador para que Vicente desenvolvesse o hábito da leitura. Em 2021, ele leu 97 livros da biblioteca e virou referência no assunto entre os seus colegas de turma, que frequentemente solicitam indicações. 

Para quem quer começar a ler, a dica dada por Vicente é a “escolha de um livro que se relacione com aquilo de que você gosta e que tenha um vocabulário simples”. Na lista dos preferidos, ele citou “Os miseráveis”, do escritor e poeta francês, Victor Hugo. No livro, o autor alerta que, enquanto existir a pobreza e a miséria, essa obra será útil”. Outro livro de destaque é “O grande Gatsby”, romance escrito pelo autor americano F. Scott Fitzgerald.  

Durante os intervalos de aulas, é o silêncio da biblioteca que Davi Gabriel Lourenço procura. Nesse momento, ele aproveita para escolher e ler algum título, especialmente, da literatura juvenil e literatura brasileira. Em 2021, foram mais de 40 livros lidos, que o ajudaram em seu desenvolvimento pessoal: “Por meio da leitura, eu passei a me conhecer mais e percebi uma melhora no meu repertório, o que me ajudou na elaboração das redações”, afirmou.  

Dentre suas leituras preferidas, “O apanhador do campo de centeio”, do autor J. D. Salinger, que traz a história de um adolescente cheio de conflitos e que é expulso de diversas escolas por onde passa. Outra leitura marcante é “A revolução dos bichos”, de George Orwel, pois foi o primeiro livro lido por Davi: “Eu ganhei esse livro da minha irmã e foi a partir de então que me interessei pela leitura”. Ele ainda explicou que tem uma lista de livros que pretende ler: “Eu entro no site da biblioteca e já listo quais serão os próximos livros que irei ler”, disse.  

Matheus Jesus dos Santos, outro estudante da 3ª série do EMN, em busca de desenvolvimento pessoal, leu 49 livros no ano passado. Suas leituras permeiam diferentes gêneros literários, no entanto, foram as histórias da população negra, dentro de um contexto globalizado, que despertaram um verdadeiro senso crítico, pois passou a conhecer os seus antepassados que lutaram pelos seus direitos de hoje, além de mudanças de pensamento e vontade de lutar pelo antirracismo. 

Sem titubear, “1822”, de Laurentino Gomes é o livro que Matheus indica: “Ali eu compreendi por que o Brasil deu certo. É um livro que me ajuda sempre”. Para o aluno, o hábito da leitura passa por um processo: “Não julgue pelo primeiro e segundo capítulo, tenha persistência, o final pode te surpreender […]. A leitura para mim é amor, é felicidade e a biblioteca do CSL proporciona essa paixão pelos livros. Eu vim de um sistema de ensino precário e diante da estrutura que temos aqui, eu realmente me sinto feliz”, disse Matheus.