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Congresso do Ensino Médio Noturno homenageia Paulo Freire e reflete sobre a “Educação como prática da liberdade”

O Congresso ofereceu conteúdos variados, oportunidade de escuta, de troca e de conhecimento.

Nos dias 26, 27 e 28 de outubro, o CSL realizou o V Congresso do Ensino Médio Noturno. O tema central do evento fez memória a Paulo Freire: “Educação como prática da liberdade” e se desdobrou em três eixos, um para cada dia; Direito à educação; Educação e Juventude e Por uma educação antirracista.

Durante a abertura, estiveram presentes os diretores do colégio Pe. Edison de Lima, SJ, Beatriz Helena de Arruda Pereira Gallian, Irineu de Jesus Villares e, de forma virtual, o diretor da Rede Jesuíta de Educação (RJE), Fernando Guidini, que, em sua fala, perguntou aos/às estudantes quais compromissos são possíveis assumir como estudantes jesuítas a partir desse tema?

Guidini apresentou três elementos ligados à educação como prática de liberdade. Primeiramente, a crise: “É preciso uma consciência crítica daquilo que é o momento de crise em que vivemos. Toda crise é uma oportunidade para transformar, tomar outras decisões e a partir disso fazer algo novo”. O segundo aspecto é a esperança. Nesse sentido, lembrou Paulo Freire e o verbo esperançar: “Mesmo em contexto de dificuldade, algo nos move. A partir do dia a dia das nossas experiências a gente é levado a ir além. A pedagogia nos impulsiona para essa reflexão”. O terceiro aspecto citado foi a educação: “A educação, desde os primórdios, sempre foi esse elemento que conduz o ser humano a uma vida melhor”, disse Fernando.

Ainda no primeiro dia e a partir do subtema Direito à educação, os/as estudantes puderam participar de uma das sete Rodas-Vivas com convidados/as especiais: Observatório Heliópolis – De olho na quebrada; Educação e Saúde Pública; Capoeira escolar: Um jogo para todos e todas; Rosa dos ventos; Impacto da Educação na Vida do Jovem – Um encontro com Antigas Alunos do Ensino Médio Noturno do CSL; Arte Educação e Apresentação de jogos de cartas/tabuleiros. Para encerrar a noite, a convidada Andressa Pellanda falou sobre o tema central no auditório do colégio.

No segundo dia, o tema Educação e Juventude foi fio condutor para a apresentação teatral comemorativa dos 100 anos da Semana de Arte Moderna. Com a coordenação da professora de Português do EMN, Rosana Fechio, os/as estudantes mergulharam na história e, de forma criativa, levaram para o palco os principais personagens e acontecimentos da época.

Na sequência, participaram de uma das 12 mesas de debates disponíveis nas salas de aula, que, sob orientação de um docente do EMN, foi organizada pelos próprios alunos/as, foram elas: Você realmente sabe o que é bullying? Afetividade no âmbito escolar e na formação de estudantes; Educação: investimento x resultados, sob uma perspectiva freireana; Evasão escolar: gravidez na adolescência e importância da educação sexual; Afetividade e Sexualidade; O impacto da Educação na Vida de um jovem periférico; A importância do apoio familiar na base da educação; O sistema oprime e a rua educa; O novo ensino médio já decolou: levando a educação para o espaço; Redes Sociais: conduzo ou sou conduzido? Trabalho e educação: uma necessidade problemática; Você acha que o ensino interfere na formação da sua identidade?

Na mesma data, outros dois temas foram trabalhados no auditório do colégio: “Adolescência e pós-modernidade no contexto escolar”, com a palestra do prof. Dr. José Alves, da UNIFESP, e os 200 anos da independência do Brasil.

Por uma educação antirracista foi o tema escolhido para conduzir o encerramento do Congresso. Um espetáculo com a apresentação comemorativa dos 10 anos do Sistema de cotas para o ensino superior marcou a noite. Por meio de músicas, danças e história, os/as alunos/as compartilharam os seus conhecimentos sobre a Lei de Cotas. No final, foram aplaudidos de pé por uma plateia envolvida e emocionada com o talento e o comprometimento de cada um/a que se apresentou.

Posteriormente, o documentário Cotas: uma porta aberta, trouxe reflexões e abriu um debate sobre o tema. Na última plenária, a professora de Português do EM I Dayse Mara Ramos da Silva e o convidado Davi Souza de Freitas, educador, especialista em capoeira e doutorando em Educação pela PUC-SP, falaram sobre os “Caminhos a uma educação antirracista”.

Para Dayse, o Congresso do Noturno foi uma coleção de potências: reflexões, conhecimentos e afeto: “Acho que é uma característica não só do Congresso, mas do EMN, que tem discentes e docentes muito envolvidos com a máxima freireana de “educação libertadora”, disse.

No encerramento, a coordenadora pedagógica Fátima Aparecida Ribeiro e o diretor-geral Pe. Edison de Lima, SJ, parabenizaram e agradeceram a todos/as pela dedicação e empenho. “A educação é a nossa libertação! Escolhemos Paulo Freire porque compreendemos que só o saber nos liberta. Quando trabalhamos em equipe, enriquecemos e aprendemos cada vez mais. Parabéns, educadores/as e estudantes essa construção foi realizada por cada um de nós. Durante esses três dias, os estudantes do EMN apresentaram trabalhos em diversos formatos, como vídeos; trabalhos de fotografia e poemas sobre origem e identidade, entre outros. De acordo com Paulo Cesar Bacelar Pinheiro, coordenador de área do EMN, as atividades apresentadas foram elaboradas em sala de aula e estão inseridas nas diversas disciplinas da grade curricular: “O congresso apenas representa a culminância desses trabalhos”, finalizou Paulo.

80 anos do Ensino Médio Noturno.

Ainda durante o encerramento do Congresso, foi declarada a Abertura oficial dos 80 anos do Ensino Médio Noturno do Colégio São Luís.

Confira a galeria de fotos:

1º DIA

2º DIA

3º DIA