Notícias

Replanejando o espaço urbano: uma visão crítica e construtiva a partir do Estudo de Campo


Alunos da 2ª série do Ensino Médio mergulham na realidade urbana do entorno escolar para desenvolver projeto de melhoria.

Em uma abordagem pedagógica que busca integrar a teoria e a prática, os alunos da 2ª série do Ensino Médio Integral participaram de um Estudo de Campo intitulado “Replanejando o Espaço Urbano”. Esta atividade, inserida na avaliação do primeiro trimestre de Geografia, proporcionou uma imersão no contexto urbano do entorno do colégio, abrangendo a Avenida Dr. Dante Pazzanese, Rua Dr. Amâncio de Carvalho e Viaduto Tutóia.

O objetivo deste Estudo de Campo foi incentivar a compreensão dos estudantes sobre as características do processo de urbanização da cidade de São Paulo, abordando as especificidades urbanas da unidade espacial em análise e os problemas e suas implicações ambientais e sociais.

Nesse contexto, foi solicitado a cada estudante a elaboração de uma cartografia que refletisse os desafios urbanos dos locais examinados, com ênfase nos seguintes aspectos-chave: fatores significativos no processo de urbanização; características socioespaciais indicativas de uma urbanização problemática; elementos da configuração e disposição espacial que ressaltam as marcas do processo de urbanização; e se a exploração dos recursos naturais no espaço urbano de São Paulo configura-se como um problema.

Logo após, os alunos foram estimulados a propor soluções que contemplassem a mitigação dos problemas urbanos identificados, com foco nos princípios da democracia, dos direitos humanos, da justiça social, além dos valores inerentes à Pedagogia Inaciana, como a compaixão.

De acordo com a aluna Raíssa Figueiredo Scarassatti, após a saída e análise dos pontos visitados foi possível perceber “a verticalização intensiva do bairro, impulsionada pela especulação imobiliária, que não só altera a paisagem urbana mas também promove a segregação socioespacial e racial devido à gentrificação.”

Conforme observado pela estudante Luana Alcantara, o diagnóstico dos desafios urbanos revelou aspectos críticos como a subutilização de espaços públicos, deficiências no planejamento da infraestrutura elétrica e problemas significativos de mobilidade urbana, evidenciados por um sistema de trânsito fortemente dependente do transporte rodoviário.

Diante dessas constatações, ela propôs as seguintes soluções: a integração de moradias populares para atender à demanda habitacional, a implementação de ciclovias que incentivem o transporte não motorizado e o lazer, o desenvolvimento de áreas verdes em avenidas, a criação de hortas comunitárias, a modernização da rede elétrica com a adoção de fiação subterrânea e a ampliação da rede metroviária.