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Ensinar a escrever bem é um compromisso do Colégio São Luís


Os bons resultados na redação dos últimos vestibulares, incluindo o ENEM, mostraram que o trabalho desenvolvido desde os anos iniciais no Colégio São Luís está no caminho certo.  

Por Paula Cristina Marques – Coordenadora da área de Linguagens do Colégio São Luís

A produção de texto escrito não é ensinada somente nos anos finais do Ensino Fundamental II e, muito menos, na 3ª série do Ensino Médio; ela é trabalhada desde a Educação Infantil, por meio de aulas de Produção de Texto, de leitura e de análise de língua pensadas para ensinar a escrever, a ler e a usar a língua como recurso para a construção de sentidos. Soma-se a isso o trabalho das demais áreas de conhecimento que, além de desenvolver seus objetivos específicos, repertoriam nossos/as estudantes para desenvolver qualquer tema da atualidade. 

No Colégio São Luís, as aulas de Produção de Texto começam a ser pensadas na Educação Infantil. Nas sequências didáticas desenvolvidas, os/as estudantes são colocados/as em situação de refletir sobre o registro escrito a partir de elementos como os destinatários da escrita, os objetivos pretendidos com ela, o contexto em que ela é produzida e os diferentes modelos de texto existentes. Em momentos em que a professora é a escriba e em outros, quando os/as alunos/as se veem como autores, escrevendo espontaneamente em contextos definidos, a escrita é desenvolvida com intencionalidade e contexto. Afinal, só dessa forma aprender a escrever ganha sentidos. 

No Ensino Fundamental I, logo no 1º ano, começam as aulas específicas de Produção de Texto. Nesses encontros semanais, realizados até a 3ª série do EMI, além de aprender sobre os gêneros textuais que circulam socialmente, os/as alunos/as começam a perceber que, mais do que apenas informar, os textos podem querer emocionar, encantar, expor uma ideia, defender uma opinião, dissertar sobre um tema, fazer rir etc. Como consequência, entendem que, para alcançar essa variedade de objetivos com a escrita, é necessário conhecer os recursos que ela oferece. Nesse processo, as aulas de gramática ganham um novo sentido e deixam de ser voltadas apenas às regras e à correção. No CSL, as aulas de Análise da Língua são pensadas para desenvolver habilidades como a de compreender os sentidos que podem ser veiculados, por exemplo, pela escolha de um tempo verbal predominante ou pelo uso de uma sequência de período simples ao invés de um único período longo. 

Pensado de forma vertical, o ensino da produção de texto é desenvolvido ano a ano a partir de uma sequência que parte da leitura de modelos dos textos que serão produzidos, da observação dos recursos usados pelos/as autores/as e do exercício de escrita semanal para apropriação desses recursos. Por meio dessa estratégia de desenvolvimento das habilidades de escrita, os/as estudantes vão construindo um memorial de “formas de dizer” e compreendendo que cada escolha de um/a autor/a no momento da escrita manifesta um sentido desejado por ele/a, sem que seja necessário ao/à leitor/a adivinhar o que o/a escritor “quis dizer”. Por fim, para se chegar à produção de autoria, nossos/as alunos/as conhecem e se apropriam dos recursos vistos nos modelos de textos lidos. Como começar um conto, como envolver o leitor em uma reflexão comum à crônica, como apresentar argumentos, como inserir diferentes vozes no texto, como desenvolver diálogos, esses são alguns dos recursos trabalhados com o objetivo de ensinar a produzir textos coesos, coerentes e com os efeitos de sentido desejados. 

Para avaliar esse processo de aprendizagem, além das correções dos/as professores/as, o CSL conta com uma banca de correção externa que, a partir do EF I, corrige dois ou três textos de cada aluno/a por mês. Nesse processo de correção externa, são enviados os textos de autoria, planejados, produzidos e revisados pelos/as alunos/as depois da sequência de exercícios de escrita realizados para a apropriação dos recursos. Esse volume de produção textual existe porque a equipe do CSL está convicta de que, para que o/a aluno/a se torne um/a produtor/a de bons textos, ele/a precisa passar pelo exercício de se reconhecer como um/a gerenciador de saberes ao se colocar como alguém que escreve com muita regularidade. 

O processo de correção externa se inicia no 3º ano do EF I, quando, ainda no final do 1º semestre, os/as estudantes produzem cartas para a coordenadora da área de Linguagens. Em agosto, além de receberem respostas individuais da Coordenação, os/as alunos/as também recebem as cartas produzidas, que são devolvidas sem correção explícita, mas servem de insumos para as aulas do 2º semestre, as quais são todas desenvolvidas para sanar os problemas apresentados nos textos dos/as estudantes. Ao final do ano, os/as alunos/as fazem uma produção final que serve de diagnóstica para o ano seguinte. 

No 4º e no 5º ano, são realizadas duas produções de autoria por semestre – enviadas para a correção externa –, além dos textos corrigidos pelas professoras. No EF II, os/as alunos/as produzem dois gêneros   por semestre e, além desses quatro textos corrigidos externamente, também fazem outras produções que são avaliadas internamente. No EMI, são sete produções enviadas para correção externa no semestre, também somadas ao que é corrigido pelos/as professores/as e estagiários/as. 

Nossa banca é formada por corretores/as com experiência nos grandes vestibulares e que, em suas devolutivas aos/às alunos/as, apresentam uma correção dialogada, não resolutiva, para que o/a estudante seja corresponsável pelo seu texto, pensando em como melhorar os apontamentos feitos. Além disso, os/as alunos/as do 9º ano em diante são convidados/as ingressar em uma equipe de Oficina de Produção de Textos no Teams, na qual podem produzir outras redações e enviá-las aos/às estagiários/as – responsáveis pela equipe – para que eles/as façam correções e comentários. 

Soma-se a todo esse processo o trabalho desenvolvido pelas demais áreas, que, focadas no desenvolvimento de habilidades, planejam aulas de produção e de leitura em todos os componentes. Produções de artigos científicos, de roteiros de teatro/cinema, de reportagens, de resenhas, de textos jornalísticos para revistas publicadas pelos/as estudantes, enfim, produções de gêneros dos mais diversos campos são desenvolvidas em situações contextualizadas, o que promove mais envolvimento e compreensão de um processo de escrita crítico e real.  

Como se pode ver, os bons resultados nas redações do ENEM e dos vestibulares não são mérito de um segmento específico, mas sim de todo o CSL, que se propõe a desenvolver a produção de textos para além do trabalho com temas, com características dos gêneros ou com aulas de gramática. Sendo assim, o CSL estende seus parabéns não só aos/às professores/as de Língua Portuguesa, mas a todos/as os/as educadores/as, da Educação Infantil à 3ª série do EMI, que entendem que um bom texto escrito é atravessado por muitas vozes e resulta de um processo constante e duradouro.     

CONFIRA O DESEMPENHO DOS NOSSOS ALUNOS NA REDAÇÃO DO ENEM: