A atividade de CAS evoluiu de uma tarefa em dupla para um projeto de grupo que oferece jogos, serviços e atividades culturais
Um trabalho de dois estudantes da 2ª série do Ensino Médio IB se expandiu e tem levado grupos de, em média, 5 alunos/as para visitar, quinzenalmente, uma casa de repouso na região da Vila Mariana. No início, a ideia era que os dois adolescentes oferecessem companhia aos/às idosos/as e lhes proporcionassem algumas experiências fora da rotina, mas hoje a iniciativa já conta com outros/as participantes e com um histórico variado de atividades propostas. Os idealizadores do projeto pretendem que ele se fortaleça e continue acontecendo mesmo depois de eles terem concluído o componente curricular.
“(…) “Após várias visitas à casa de repouso, percebi que a maior lição que posso obter dessa experiência não será dita pelos residentes, mas sim evidenciada por eles mesmos. O tempo passa muito mais rápido do que gostaríamos, então precisamos aproveitá-lo ao máximo.”
Anna Luiza,
coidealizadora do
Projeto Carinho
Tudo começou com a ideia de Anna Luiza e Pedro Aurélio para o trabalho de CAS (Creativity, Activity and Service), um dos componentes curriculares do Programa de Diploma IB. O CAS pretende desenvolver atividades nas áreas de saúde e bem-estar, de criatividade ou de serviço social, para ser realizada fora do horário escolar, visando ao benefício coletivo.
Diante dessa interpelação, Anna e Pedro decidiram propor uma ação que seria executada pela dupla e que ofereceria companhia e entretenimento aos/às residentes de uma casa de repouso. No entanto, ao refletir sobre o potencial desse trabalho, optaram por transformá-lo em um projeto de voluntariado que pudesse incluir outros/as estudantes interessados/as e que, a partir dessa junção de diferentes habilidades, fosse capaz de propor ao público atendido uma diversidade maior de atividades.
Contando então com o apoio de mais colegas, a dupla deu início ao “Projeto Carinho”. Nas visitas quinzenais, que têm ocorrido aos domingos, eles/as já fizeram o Dia da Beleza, em que ofereceram às moradoras da casa de repouso, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, serviços de manicure, maquiagem e cuidados capilares. Além disso, realizaram atividades musicais, em que os/as voluntários/as tocaram violão e alegraram os/as idosos/as. Também houve momentos dedicados a jogos tradicionais, quando moradores/as e voluntários/as se divertiram com dominó e jogos de baralho, atividades que estimulam a mente e promovem socialização. Aconteceram ainda propostas de expressão artística, em que os/as residentes puderam explorar a criatividade por meio do desenho e da pintura.
Na percepção dos/as estudantes, a importância social desse trabalho está no fato de ele ajudar a preencher uma lacuna, já que, mesmo no âmbito do voluntariado, o cuidado com os/as idosos/as é negligenciado em relação a outras pautas, um dos fatores que estimulou a dupla idealizadora a escolher esse público. Do ponto de vista da aprendizagem, os benefícios também têm sido profundos. É o que relata Pedro Aurélio, um dos idealizadores:
“Nosso projeto nos ajudou a encarar o processo de envelhecimento como uma parte natural da vida, algo inevitável, que acontecerá com nossos parentes e conosco também. Essa experiência pode ser difícil de lidar, mas é necessária e, de certa forma, muito reconfortante. Aprendemos a valorizar cada momento e a apreciar a sabedoria acumulada pelos idosos.”
Diante desse e de outros relatos, fica evidente que os/as estudantes estão cumprindo o objetivo do componente curricular. Articulando teoria e prática, estão promovendo uma mudança relevante na qualidade de vida de um grupo de pessoas e se aprimorando na tarefa de servir aos demais.