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Inovação que vem de Barcelona

Educadores do Colégio São Luís participam de congresso na Espanha e visitam três escolas vanguardistas, duas das quais são jesuítas

Na primeira semana de julho, o Colégio São Luís marcou presença no 1º Simpósio Internacional Barcelona, Educação, Mudança, representado por seus educadores Sônia Magalhães (Diretora-geral), Padre Geraldo Lacerdine (Diretor de Humanística), Sueli Marciale (Coordenadora Pedagógica do Infantil e Fundamental I), Laurindo Cisotto (Orientador Pedagógico do Ensino Médio) e Paulo Panzeri (coordenador da Humanística).

A viagem à Espanha começou por Manresa, cidade catalã onde se localiza a “casa de fundação” da Companhia de Jesus. Além de uma beleza ímpar, por suas montanhas de pedra, o lugar é muito inspirador. Foi neste povoado que Santo Inácio de Loyola se instalou, quando decidiu dedicar-se aos mais necessitados e começou a escrever os Exercícios Espirituais.

No dia seguinte já era segunda e teve início o seminário, com auditório cheio na universidade de Blanquerna, em Barcelona. O programa contemplou palestras, oficinas e visitas a três escolas inovadoras, duas das quais pertencem à Companhia de Jesus.

Na Escola Sadako, uma instituição laica de 49 anos, chamou atenção uma placa com a frase “É melhor que haja perguntas sem respostas do que respostas sem perguntas”. O mobiliário com rodinhas, o uso frequente do pátio e os vários projetos envolvendo saídas para pesquisa e lazer mostraram que a escola entende que todos os espaços são de aprendizagem, na escola ou no entorno.

Localizada no centro de Barcelona, a escola jesuíta CASP – Sagrado Coração de Jesus foi fundada há 135 anos e educa 1800 alunos. Consolidou um modelo pedagógico na Educação Infantil que não separa os alunos por classe, que foram reformadas e têm paredes de vidro. A rotina começa com uma partilha de experiências, conhecimentos e sentimentos, segue para o planejamento diário e termina com uma reflexão sobre o que foi aprendido, de que forma e com quais propósitos.

Por último, o grupo visitou o colégio Sant Gervasi, recentemente adquirido pelos Jesuítas, cujo currículo propõe projetos transdisciplinares, com aprendizagem centrada na resolução de problemas e no protagonismo do aluno. “Em comum, as três escolas têm a visão de que o aluno deve estar no centro da aprendizagem, motivado e consciente de seu papel no processo educativo”, destaca o orientador educacional do Ensino Médio Laurindo Cisotto.

O que ficou de lição?

De volta ao Colégio São Luís, o coordenador da dimensão cultural Paulo Panzeri escreveu uma reflexão sobre o que ficou de aprendizagem a partir do que foi visto em Barcelona:

“Tomada alguma distância do evento e olhando para o futuro, três aspectos principais podem ser ressaltados: a coletividade, a intencionalidade e a metacognição. A coletividade revela a falácia do heroísmo pedagógico. Afinal, para acontecer verdadeiramente, a mudança precisa ser construída na formulação de um vocabulário comum e na busca de acordos feitos pela comunidade educativa. Diretamente relacionada à coletividade está a intencionalidade, pois somente mediante escolhas conscientes e comprometidas é que se instaura uma cultura de avaliação e inovação consistente. O terceiro aspecto de grande relevância é a metacognição. A maior conquista de um espaço de aprendizagem que negue o modelo industrial (das carteiras enfileiradas e aulas de 45 minutos) é formar um aluno que reflete sobre suas formas de produção de conhecimento e se torna autor de sua vida”.

 

 

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