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Calculando a rota com Amyr Klink

Navegador é antigo aluno do Colégio São Luís e dá palestra inaugural à 1ª série do Ensino Médio

Na travessia do Ensino Fundamental para o Médio, os estudantes tiveram o privilégio de ter uma aula inaugural com Amyr Klink, que ficou conhecido após cruzar o Oceano Atlântico num barco a remo e, depois disso, deu várias voltas ao mundo a bordo de veleiros que ele mesmo projetou – só para a Antártida foram mais de 40 expedições!

Amyr Klink é antigo aluno do Colégio São Luís e iniciou sua palestra relembrando a adolescência, o que provocou uma conexão imediata com a plateia: “É curioso como as coisas que aprendi no Colégio acabaram influenciando a minha vida”, disse ele, segundo o qual foram as aulas de francês da professora Aracy que o levaram a descobrir uma coleção de livros sobre aventuras no mar e a sonhar com o dia em que sairia de barco para ser protagonista de suas próprias histórias.

“Quando remei da África ao Brasil, havia estudado as correntes marítimas ao ponto de ter certeza de que chegaria ao meu destino, vivo ou morto, em cerca de 100 dias. A minha surpresa foi ter chegado 5 dias antes do previsto, devido à diferença no peso do barco”, contou Klink, enfatizando a importância de calcular bem os riscos antes de uma empreitada, ainda que sempre haja o imprevisto ou o desconhecido.

“Há instantes na vida em que sabemos que não há como voltar atrás”, concluiu, mostrando uma foto em que seu barco estava preso na Antártida congelada. “Mas eu consegui ficar tranquilo, pois tinha mantimentos e combustível para três anos, conhecia cada um dos 22.000 parafusos e era capaz de soldar e consertar o que fosse preciso”.

Sobre a solidão no mar, tema que costuma despertar maior interesse das pessoas, Klink disse que não dá tempo de sentir, tamanho o trabalho da rotina numa expedição. “Eu dormia por, no máximo, 45 minutos para não perder o rumo, precisava transformar gelo em água, fazer luz, comida e cuidar da manutenção”, enumerou. “Por isso, eu não sei qual profissão vocês vão escolher, mas é importante que tenham uma conexão emocional com o trabalho. Que tenham prazer, orgulho e determinação para fazer bem feito”, aconselhou.

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