Notícias

Programa de Educação Tutorial estimula aprendizado interdisciplinar e efetivo

Realizado com o 2ª e 3ª séries do EM Noturno, projeto trabalha temas escolhidos pelos jovens

Promover uma aprendizagem significativa, para que o aluno desenvolva seus talentos e perceba o valor do conhecimento ao longo de sua trajetória pessoal e profissional, é um dos princípios-chave da pedagogia inaciana.

Em mais uma iniciativa em prol dessa missão, o Colégio São Luís iniciou, em caráter experimental, o Programa de Educação Tutorial (PET) com estudantes da 2ª e 3ª séries do Ensino Médio Noturno. O PET propõe colocar os jovens como protagonistas de sua aprendizagem por meio do incentivo ao estudo e à pesquisa de temas de seu interesse. As vivências, reflexões e discussões acontecem em um clima de informalidade e cooperação. “O PET já existe no Ensino Superior. A ideia é adaptar essa metodologia, que emprega a tríade Ensino, Pesquisa e Extensão, ao Ensino Médio do CSL”, esclarece Thiago Prado, professor de Biologia e tutor do PET.

Ana Carolina Blasco, aluna da 3ª série do EM e Coordenadora de Pesquisa do PET, conta que os colegas estão estudando a eficácia dos coletores de bitucas de cigarro na Av. Paulista. “Comparamos dados estatísticos de regiões onde há coletores de bitucas e de outras onde há apenas lixeiras comuns. Concluímos que não há uma diminuição significativa da quantidade de cigarros descartados nos locais próximos aos coletores de bitucas. Ou seja, investir nesses equipamentos não funciona se não houver um trabalho de conscientização e educação da população”, diz. Agora, os estudantes estão criando protótipos de bituqueiras portáteis para amenizar a poluição urbana gerada pelos restos de cigarros.
A pesquisa do grupo foi inscrita na Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, da Fiocruz, e no Prêmio Jovem Cientista, do CNPq.

“Tenho interesse em seguir carreira na área de biológicas. Sei que vou fazer muitas pesquisas na faculdade e na minha profissão e já percebi que gosto muito disso. É muito legal pensar no que posso deixar de bom para a sociedade”, revela Ana Carolina.
Marcos Winicius, também da 3ª série do EM, concorda: “como minha escolha profissional é voltada à Química e à Biologia, a proposta do PET é muito válida, pois temos contato com um tipo de pesquisa mais próximo ao da universidade. Além da perspectiva individual, o PET também estimula um olhar humanitário. Ou seja, o conhecimento que eu estou adquirindo não vai beneficiar só a mim, vou poder devolvê-lo à sociedade”.

Além da área de Pesquisa, o PET trabalha em duas frentes: Extensão, composta por projetos socioeducativos dentro e fora do Colégio (ainda em fase desenvolvimento); e Ensino. Sarah Seles, aluna do último ano do EM, detalha algumas atividades da área: “Na monitoria acadêmica, alunos acompanham professores durante suas aulas e orientam atividades junto com eles. Nas sessões do Cine PET, que são mensais, exibimos documentários para todos os alunos do EM Noturno e promovemos debates. No PET Cultural, toda semana um aluno do grupo escolhe um artista e traz obras e informações sobre ele para dividir com os colegas”.

A formação de grupos de estudos, outra ação da área de Ensino, é conduzida por dois alunos do PET e aberta a todos os estudantes do Noturno. Bianca Cosmo, orientadora da 2ª série, diz que prefere auxiliar os colegas nas matérias de exatas, área na qual tem mais facilidade. “Percebo que quando um aluno ensina outro a dinâmica é diferente porque consigo entender melhor a dificuldade dele e explicar da maneira como eu gostaria de aprender. Quero ser professora de Matemática, então quando um colega diz que aprendeu comigo fico muito feliz. Quer dizer que tenho uma vocação”.

Os encontros do PET acontecem semanalmente, às-segundas-feiras, e reúnem 11 alunos. O professor tutor Thiago Prado enfatiza que o aprendizado se dá de forma interdisciplinar, baseado nos interesses dos alunos: “O objetivo é fomentar o interesse do aluno por conteúdos e atividades não contemplados pelo currículo regular do Ensino Médio. Queremos ir além e desenvolver outras habilidades e competências, como o desenvolvimento de um protótipo que pode ser patenteado, a capacidade de trabalhar em grupo e de debater. Tudo isso eleva a motivação do aluno, deixa ele mais interessado pela escola e, inclusive, pela pesquisa”.

Leave a comment