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5 questões para compreender a formação do professor do CSL

Conheça a formação dos profissionais que atuam dentro e fora da sala de aula para que nossos alunos aprendam cada vez mais e melhor

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Colocar o aluno no centro do processo educativo e oferecer um ensino capaz de formar homens e mulheres conscientes, competentes, compassivos, criativos e comprometidos. Com essa meta em foco, Sônia Magalhães, Diretora-Geral e Acadêmica do Colégio São Luís, fundamenta as ações de formação e capacitação do corpo docente. “Desde 2016, estamos promovendo uma mudança no olhar de nossos educadores sobre os processos de ensino e de aprendizagem”, explica.

As ações formativas em horário de trabalho foram ampliadas em termos quantitativos e qualitativos. Hoje, os professores do CSL têm mais tempo para planejar e refletir sobre o seu trabalho, tanto individualmente como em grupo, em dinâmicas cuidadosamente organizadas por coordenadores de área e por diretores de segmento. “A reflexão sobre a prática é uma das ferramentas mais importantes para o professor avaliar o seu próprio trabalho, identificando as condições que garantem o sucesso da aprendizagem dos alunos e também os fatores que podem ou precisam ser modificados para atender às necessidades afetivas e cognitivas de cada um”, diz a diretora.

Novas metodologias de ensino

As pesquisas mais recentes da área de educação mostram que metodologias baseadas no conceito de aprendizagem ativa, em que crianças e jovens participam do processo de construção e assimilação do conhecimento, possibilitam uma maior e melhor apreensão dos conteúdos. Por isso, nas ações formativas, os professores do CSL são convidados a refletir sobre a importância de se valorizar diferentes formas e estilos de aprendizagem. Desse modo, busca-se organizar os espaços e tempos escolares com novas e criativas perspectivas de aprendizagem, nas quais cada professor se responsabiliza não apenas por aquilo que precisa ensinar, mas também pelo envolvimento dos alunos em sua aprendizagem. Hoje é importante que o professor atue como um mediador não apenas entre o aluno e os objetos de conhecimento, mas também entre os próprios alunos e, acima de tudo, entre o aluno e sua aprendizagem. Dar mais autonomia e colocar o foco da educação na aprendizagem não significa deslocar a responsabilidade do processo educativo para o aluno. Ao contrário: o professor precisa, cada vez mais, preparar suas aulas de modo a favorecer o engajamento dos alunos com o conhecimento. Cabe a ele, portanto, reger o processo de ensino-aprendizagem e garantir que todos os estudantes se envolvam ativamente.

Pedagogia inaciana

A proposta da pedagogia inaciana envolve cinco dimensões que valorizam os saberes dos alunos e estimulam os educadores a integrá-los ao processo de aprendizagem. A aprendizagem ocorre em um fluxo que vai da contextualização à avaliação, passando pelas etapas de experiência, reflexão e ação. Tudo isso requer dos professores uma permanente análise e avaliação crítica sobre as suas próprias habilidades e competências didáticas e metodológicas.

Conversamos com Rafael Araújo, Diretor do Ensino Médio e Coordenador do Grupo de Trabalho de Formação Docente, para saber mais sobre quem são e como se capacitam os professores do Colégio São Luís:

1) Qual é a formação mínima que um professor deve ter para fazer parte do corpo docente do CSL?

Os professores do CSL são todos licenciados em suas áreas de atuação e a maioria já tem o mestrado completo e especialização. Temos, inclusive, professores com doutorado. Nosso corpo docente também tem bastante experiência em sala de aula, com mais de 15 anos de atuação, em média. Vale lembrar que a formação mínima que o MEC exige para o profissional da área de educação é a licenciatura, no caso dos professores especialistas, e a graduação em Pedagogia, no caso dos professores generalistas, da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I. Como a procura por trabalho no CSL é intensa, temos o privilégio de poder selecionar profissionais bastante qualificados.

2) Como são realizadas a formação e a atualização do professor do CSL? Quando ocorrem e qual sua carga horária?

Em 2018, os professores tiveram três horas semanais voltadas ao planejamento e à reflexão sobre a prática docente. São realizadas reuniões com a coordenação e a direção da escola, encontros entre os próprios professores (organizados por série, área ou até mesmo grupos de projetos) e palestras com consultores externos – profissionais que são convidados para tratar de temas específicos do desenvolvimento emocional e cognitivo da criança e do jovem e de outros assuntos relacionados às áreas de conhecimento que integram o nosso currículo.

“Aqui no CSL os professores são convidados a observar e analisar a aula dos colegas, em uma dinâmica colaborativa na qual todos têm a oportunidade de trocar experiências e saberes entre si” (Rafael Araújo, Diretor do Ensino Médio)

 

Essas horas também são dedicadas à observação da sala de aula, estratégia formativa fundamental. Os professores são convidados a assistir às aulas dos colegas e a analisá-las, em uma dinâmica colaborativa na qual todos têm a oportunidade de trocar experiências e saberes entre si. A observação envolve cultura e gestão de sala de aula e didática. Durante o semestre, os coordenadores de área e os diretores de segmento também observam a atuação dos professores, acompanhando a sua dinâmica de trabalho na sala de aula.

A dimensão prática da formação e a informação teórica são os alicerces da capacitação docente. Com elas podemos não apenas avaliar e orientar a atuação do professor como também repensar o trabalho do Colégio como um todo.

Em 2019, os professores passarão a ter quatro horas de formação por semana e, em 2020, cinco horas. Essas duas horas a mais serão dedicadas à capacitação nas metodologias ativas – um tema de fundamental relevância para o CSL – e a grupos de estudo em geral.

Na realidade, já temos dois grupos-pilotos de estudo acontecendo com esse foco em cada segmento (Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio). Nossa intenção é que os professores possam desenvolver um espírito mais investigativo, de pesquisa. E, até 2020, que todos os professores estejam envolvidos na discussão de metodologias, na construção de disciplinas eletivas e cursos extracurriculares, e no debate de temas importantes da escola e de interesse das diferentes áreas.

O que queremos aqui no CSL é proporcionar uma formação ativa para nossos professores, dando-lhes o protagonismo necessário para que possam atuar com propriedade e autonomia crescentes. Essa é a aposta que estamos fazendo.

3) Quais são as ferramentas utilizadas pelo professor para avaliar o seu próprio trabalho?

A observação, análise e reflexão sobre a prática é a nossa principal ferramenta na formação. Estamos constantemente criando e implantando instrumentos de registro e de avaliação que ajudem os professores a repensar e a melhor planejar seu trabalho. Os instrumentos de registros e avaliação servem como parâmetros para a elaboração das aulas, antes, durante e após cada uma das atividades. Planejar e avaliar as condições necessárias para que os alunos aprendam é o cerne do trabalho de formação.

Os professores também contam com os relatórios estatísticos gerados pelo DTE – Departamento de Tecnologia Educacional.  Esses relatórios permitem mapear o desempenho dos alunos e também o alcance das atividades. Os dados quantitativos servem como ferramenta para o professor aferir a qualidade das suas propostas.

Finalmente, temos as reuniões com os diretores de segmento e com os coordenadores de área. Esse feedback é mais uma ferramenta formativa para os professores do CSL.

4) Como ocorre a interação entre os professores?

Os professores sempre estão em interação quando atuam no mesmo segmento da escola ou pertencem à mesma área. Isso é fundamental para garantir a coerência do nosso trabalho. Os professores da Educação Infantil, por exemplo, dialogam de forma permanente. O mesmo acontece com os professores de Artes ou de Educação Física. Mas também existe um diálogo entre os professores de diferentes segmentos. Para os docentes do Ensino Médio, a troca de informações com os colegas dos anos finais do Ensino Fundamental II é essencial.

“Os professores sempre estão em interação quando atuam no mesmo segmento da escola ou pertencem à mesma área. Isso é fundamental para garantir a coerência do nosso trabalho” (Rafael Araújo, Diretor do Ensino Médio)

 

As reuniões pedagógicas são o momento privilegiado de troca de informações e experiências entre os professores, mas estimulamos ao máximo a comunicação entre eles para que possam compartilhar saberes, planejamento, materiais e, assim, tomar decisões coletivas de forma mais autônoma. Os intervalos também são momentos de muita troca. Na sala de professores, o clima é de trabalho. E, atualmente, as redes sociais são mais uma ferramenta para que esse intercâmbio ocorra de forma eficaz e com agilidade. Os professores criam grupos com as ferramentas de gestão compartilhada da Microsoft, por exemplo, e organizam-se por turmas, projetos, eventos. Hoje, posso dizer que o trabalho pedagógico que acontece fora da sala de aula caminha muito mais rapidamente e de forma mais eficiente. Há mais diálogo e gestão do conhecimento.

5) Os professores são estimulados a buscar conhecimentos fora do CSL?

No grupo de estudo, incentivamos os professores a aprofundar seus estudos em temas pelos quais demonstrem interesse e/ou que se relacionem ao trabalho e ao dia a dia da sala de aula. Preocupamo-nos em apoiá-los quando buscam ampliar a sua formação em eventos e instituições externos (congressos, seminários, pós-graduação etc.). Nossa ajuda envolve desde a liberação do dia de trabalho ao custeamento de parte do investimento a ser feito.


*Matéria publicada na 32ª Edição da Revista Pilotis (2019), publicação interna do Colégio São Luís. Quer ler a edição completa? Acesse o Issuu para ler on-line.

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